O que esperar da banca CESGRANRIO?
A Banca Cesgranrio é reconhecida por sua abordagem coerente e justa nas avaliações, especialmente no que se refere às questões de gramática da língua portuguesa. Ela se destaca por cobrar questões que testam não apenas o conhecimento das regras gramaticais, mas também a capacidade de aplicação dessas regras em diferentes contextos.
Confesso que gosto bastante do perfil da banca e tenho com ela bastante intimidade, principalmente por suas questões elaboradas de forma clara e objetiva, sem rodeios e sem loucuras. Isso permite que os candidatos que estudaram e se prepararam adequadamente possam demonstrar seu conhecimento e habilidades. A banca também costuma seguir rigorosamente os conteúdos programáticos anunciados, garantindo que os alunos saibam exatamente o que estudar
Principais tópicos que vão cair:
1. Concordância Verbal
A Fundação Cesgranrio, conhecida por sua rigorosa elaboração de questões em concursos públicos, frequentemente inclui questões de concordância que envolvem orações extensas e estruturas na ordem indireta. Essa abordagem tem o objetivo de avaliar a habilidade dos candidatos de identificar e corrigir erros de concordância verbal e nominal, em contextos mais complexos.
As orações longas e na ordem indireta apresentam um desafio adicional para o reconhecimento do sujeito, pois exigem dos alunos uma maior atenção e capacidade de análise. Nessas orações, o sujeito e o verbo, ou o substantivo e o adjetivo, podem estar distantes um do outro, ou inseridos em uma estrutura sintática mais intrincada, o que aumenta a dificuldade em perceber desvios das normas de concordância.
O uso do verbo no plural com a partícula apassivadora é uma característica importante da voz passiva sintética na língua portuguesa. Isso cai muito na prova. Na voz passiva sintética, a ação expressa pelo verbo é realizada sobre o sujeito, e a construção é feita com o uso da partícula “se” (partícula apassivadora) juntamente com o verbo.
Aqui está o que você precisa saber sobre essa estrutura:
Formação: A voz passiva sintética é formada pelo verbo na terceira pessoa (singular ou plural) seguido da partícula “se”. A escolha entre singular ou plural depende do sujeito da frase.
Concordância Verbal: O verbo deve concordar em número com o sujeito. Se o sujeito é singular, o verbo fica no singular; se o sujeito é plural, o verbo fica no plural. Por exemplo, em “Vendem-se casas”, o sujeito “casas” está no plural, então o verbo “vender” também está no plural.
Identificação do Sujeito: Em muitos casos, o sujeito aparece após o verbo, o que pode causar confusão. Se a partícula SE for apassivadora, o algo é o sujeito. O elemento que seria objeto direto passa a ser o sujeito.
Comprou-se essa bicicleta. (Essa bicicleta é o sujeito paciente. Ela foi comprada.)[
Aluga-se apartamento. (sujeito: apartamento, singular).
Vendem-se casas. (sujeito: casas, plural).
2. Crase
A crase é um tópico fundamental nas provas da Fundação Cesgranrio, especialmente em questões que envolvem análise de frases longas.
Em frases extensas, a correta aplicação da crase pode se tornar ainda mais desafiadora. A Cesgranrio explora essa complexidade ao criar questões onde a crase deve ser identificada ou corrigida em contextos sintáticos mais elaborados.
Tome cuidado com verbos transitivos diretos que, por não pedirem preposição em seu complemento, não promoverão a ocorrência do acento de crase no ‘a’.
Isso exige dos candidatos uma compreensão aprofundada das regras de crase, como a necessidade de um artigo definido feminino antes de uma preposição ‘a’, além de uma análise cuidadosa do contexto para identificar casos onde a crase é ou não aplicável.
Observe uma “maldade” muito comum na banca:
Oferecemos a turma de calouros um resumo do curso inteiro. (observe que FALTA o acento grave no “a” antes de “turma de calouros”, porque esse termo é objeto indireto do verbo.)
Correção: Oferecemos à turma de calouros um resumo…
3. Colocação Pronominal
Colocação pronominal é outro tema frequentemente abordado nas provas da Fundação Cesgranrio, com especial ênfase nos casos de próclise obrigatória. A colocação pronominal envolve a posição dos pronomes oblíquos átonos (me, te, se, nos, vos, o, a, lhe, etc.) em relação ao verbo. Na língua portuguesa, essa colocação pode ser próclise (antes do verbo), mesóclise (no meio do verbo) ou ênclise (após o verbo).
Nos casos de próclise obrigatória, a Cesgranrio desafia os candidatos a reconhecerem situações onde os pronomes devem ser colocados obrigatoriamente antes do verbo, além do reconhecimento de emprego incorreto de pronome. Isso ocorre em contextos específicos, como:
Presença de palavras negativas: como “não”, “nunca”, “jamais”.
Conjunções subordinativas: como “que”, “se”, “como”, “quando“, “embora”
Pronomes relativos, indefinidos: como “que“, “quem”, “Alguém”, “tudo”
Advérbios, posicionados antes dos verbos:
Agora se fala em novos líderes.
Orações interrogativas diretas e indiretas: que começam com palavras interrogativas como “quando”, “como”, “onde”.
Ao incluir questões de próclise obrigatória, a Cesgranrio avalia a capacidade dos candidatos de aplicar as regras de colocação pronominal corretamente, especialmente em estruturas frasais mais complexas.
4. Emprego de pronomes
O emprego dos pronomes oblíquos átonos, especialmente “o” e “lhe”, é um tópico comum nas provas elaboradas pela Fundação Cesgranrio, refletindo a importância de compreender o uso correto desses pronomes na língua portuguesa. Esse conhecimento é crucial para garantir a precisão e clareza na comunicação.
O pronome “o” (e suas variações “a”, “os”, “as”) é usado como objeto direto, substituindo nomes anteriormente mencionados ou implícitos no contexto. Por exemplo, em “Vi o livro e o comprei”, “o” substitui “o livro”. O correto emprego deste pronome envolve entender sua função de substituir um complemento direto, sem preposição.
Já o pronome “lhe” (e sua variação “lhes”) é utilizado como objeto indireto, substituindo nomes que exigem uma preposição, exceto “a”. Por exemplo, em “Dei o livro a João” pode-se usar “Dei-lhe o livro”. A escolha adequada entre “o” e “lhe” depende da análise da função sintática do termo que o pronome substitui e da preposição exigida pelo verbo.
Nas provas, a Cesgranrio pode apresentar questões que exigem a substituição correta de termos por esses pronomes, ou a identificação de erros no uso de “o” e “lhe”.
5. Concordância nominal
Nesse tema, é preciso ter atenção especial com especial atenção à regra de que, quando um adjetivo qualifica dois ou mais substantivos de gêneros diferentes, prevalece o masculino. Esta regra é uma parte importante da gramática e a banca ama muito, pois trata de como os adjetivos devem concordar em gênero e número com os substantivos que modificam.
Em casos onde um adjetivo qualifica dois ou mais substantivos de gêneros diferentes, a regra padrão é que o adjetivo fique no masculino plural. Por exemplo, na frase “O pai e a mãe estavam preocupados”, o adjetivo “preocupados” qualifica tanto “pai” (masculino) quanto “mãe” (feminino) e, portanto, fica no masculino plural.
6. Interpretação de Textos
A interpretação de texto, frequentemente vista como um desafio em provas de concursos, na verdade, não é um “bicho de sete cabeças”.
A chave para uma boa interpretação está na leitura atenta e na prática de fazer resumos rápidos dos textos lidos. Este método ajuda a compreender melhor as ideias principais e os detalhes importantes.
Ao ler com atenção, o candidato pode identificar nuances, argumentos, e a estrutura geral do texto, o que é fundamental para responder às questões de interpretação. A prática de fazer resumos rápidos também é uma ferramenta valiosa.
Ao resumir, o candidato reforça sua compreensão do texto, distinguindo o essencial do acessório e organizando as informações de maneira clara e concisa.
Além disso, a interpretação eficaz muitas vezes requer que o candidato reconheça não apenas o que está explicitamente escrito, mas também as inferências e subentendidos presentes no texto. Isso exige uma leitura crítica e reflexiva, habilidades que podem ser aprimoradas com a prática.
Portanto, ao se preparar para provas que incluem interpretação de texto, como as da Fundação Cesgranrio, é importante que os candidatos pratiquem a leitura ANALÍTICO com a prática de resumos, tornando-se mais hábeis na identificação de ideias-chave e na compreensão de textos complexos.
7. Conjunções e Conectivos
A Fundação Cesgranrio, em suas provas, frequentemente inclui questões que envolvem a troca de conectivos e a análise de seu valor semântico. Esses aspectos são cruciais para entender como as relações entre as ideias em um texto são construídas e como podem ser alteradas com a mudança de um único elemento conectivo.
Troca de Conectivos:
Neste tipo de questão, a Cesgranrio pode pedir aos candidatos que substituam um conectivo por outro, mantendo o sentido original do texto ou, alternativamente, identificar como a mudança de um conectivo altera o significado da frase. Por exemplo, trocar o “mesmo que” (concessivo) pelo “conquanto” (também concessivo).
Essa habilidade testa o entendimento do candidato sobre a função dos conectivos na construção de sentidos em um texto.
Análise de Valor Semântico:
A análise de valor semântico envolve entender o papel que cada palavra, especialmente os conectivos, desempenha na transmissão de ideias. Por exemplo, compreender se um conectivo introduz uma ideia de causa, consequência, condição, contraste, adição, etc. É uma habilidade que requer não apenas conhecimento linguístico, mas também a capacidade de análise crítica.
Essas questões de troca de conectivos e análise de valor semântico são importantes porque testam a habilidade do candidato de ler e entender textos de forma profunda e reflexiva. A seguir, eis a tabela de conectivos, para você começar – desde já – a estudar o tema.

8. Pontuação
A Fundação Cesgranrio frequentemente inclui em suas provas questões relacionadas ao uso correto da vírgula, exigindo dos candidatos o reconhecimento de erros comuns em sua aplicação. Uma compreensão clara de quando não se deve usar a vírgula é tão importante quanto saber quando usá-la. Alguns dos principais contextos em que a vírgula não deve ser empregada incluem:
Entre o sujeito e o verbo: Não se usa vírgula para separar o sujeito do verbo. Por exemplo, na frase “O estudante dedicado sempre se destaca”, a inserção de uma vírgula entre “estudante” e “dedicado” seria incorreta.
Entre o verbo e seus complementos: Não se coloca vírgula entre o verbo e seus objetos diretos ou indiretos. Por exemplo, “Eu vi, o filme ontem” está incorreto.
Nas provas, a Cesgranrio pode apresentar frases com uso inadequado da vírgula, pedindo que os candidatos identifiquem e corrijam esses erros. Essas questões avaliam não apenas o conhecimento técnico sobre as regras de pontuação, mas também a habilidade de aplicar esse conhecimento de maneira prática. O domínio do uso correto da vírgula é fundamental para a clareza e precisão na comunicação escrita, sendo um aspecto importante na avaliação de candidatos em concursos públicos.
9. Coesão Textual
A Fundação Cesgranrio, em suas avaliações, dá grande ênfase aos mecanismos de coesão e ao reconhecimento de referência, elementos centrais para a compreensão e construção de textos coerentes e coesos. Esses tópicos são fundamentais para avaliar a capacidade dos candidatos de entender e produzir textos bem estruturados.
Mecanismos de Coesão:
A coesão textual refere-se ao uso de elementos linguísticos que conectam as partes de um texto, criando uma sequência lógica e fluída. Isso inclui o uso adequado de conectivos (como conjunções, preposições), pronomes, sinônimos, e outras ferramentas linguísticas que ajudam a estabelecer relações entre as diferentes partes do texto.
Reconhecimento de Referenciação:
A referenciação é o processo de usar elementos no texto para se referir a outras partes do mesmo texto ou a ideias conhecidas pelos leitores. Isso envolve o uso de pronomes, expressões como “este(a)”, “aquele(a)”, “isso”, “aquilo“, “lhe”, “que”, “o qual”, entre outros.
As questões da Cesgranrio podem pedir aos candidatos para identificar a que um termo se refere dentro do texto ou avaliar a habilidade deles em usar corretamente esses termos para manter a clareza e evitar ambiguidades.
10. Regência
A regência verbal é um tópico frequentemente abordado nas provas da Fundação Cesgranrio, destacando-se como um elemento essencial na avaliação da competência linguística dos candidatos. A regência verbal trata da relação entre os verbos e seus complementos (objetos diretos e indiretos) e a correta utilização das preposições em determinados contextos.
Nas questões de regência verbal, a Cesgranrio pode testar o conhecimento dos candidatos sobre o uso correto das preposições exigidas pelos verbos. Determinados verbos exigem preposições específicas para se ligarem aos seus complementos. Por exemplo, o verbo “assistir” em contexto de “ver” exige a preposição “a” (“assistir ao jogo”), enquanto em contexto de “ajudar” não se usa preposição (“assistir o paciente”).
Transitividade verbal: Identificar se um verbo é transitivo direto, transitivo indireto ou intransitivo, e como isso influencia na escolha das preposições ou na ausência delas. Por exemplo, “precisar de algo” (transitivo indireto) versus “amar algo” (transitivo direto).
Estas questões são fundamentais para avaliar a habilidade dos candidatos em compreender e aplicar corretamente as regras de regência verbal da língua portuguesa.
11. Regência com PRONOMES RELATIVOS
O uso de preposições antes de pronomes relativos é um aspecto importante na construção de frases claras e gramaticalmente corretas em português. Aqui estão algumas dicas para entender melhor esse uso:
Identifique o Verbo da Oração Subordinada Adjetiva:
A necessidade de uma preposição antes do pronome relativo muitas vezes depende do verbo que está na oração subordinada. Por exemplo, se o verbo exige uma preposição específica, essa preposição também deve aparecer antes do pronome relativo. Exemplo: “A pessoa a que me refiro é gentil” (o verbo “referir” exige a preposição “a”). Essa preposição volta para antes do relativo.
Considere o Antecedente:
O pronome relativo deve concordar com seu antecedente (o substantivo a que se refere) em gênero e número. A preposição antes do pronome relativo deve ser apropriada para este antecedente. Por exemplo, em “O livro de que gostei”, “que” refere-se a “livro” e é precedido pela preposição “de”, que se relaciona com “livro”.
Uso de “Cujo” e Variações:
O pronome relativo “cujo” (e suas variações “cuja”, “cujos”, “cujas”) é uma exceção importante, pois já inclui em si a ideia de posse, dispensando o uso de preposição. Exemplo: “O autor cujo livro foi premiado é famoso”.
“O autor DE cujo livro eu gosto foi premiado.”
O verbo “gostar” pede preposição “de”. Ela volta para antes do pronome relativo.
12. Para finalizar, resumir essa história
Pratique com Questões Anteriores: Resolver questões de concursos anteriores, especialmente da mesma banca organizadora, ajuda a entender o estilo das questões e a aplicar o conhecimento adquirido.
Estabeleça Metas Diárias de Estudo: Defina o que precisa ser estudado cada dia e tente cumprir essas metas. Isso ajuda a manter o ritmo e a garantir a cobertura de todo o conteúdo.
Não Negligencie a Saúde: Mantenha uma rotina equilibrada, com alimentação saudável, exercícios físicos e descanso adequado. A saúde mental e física é crucial para um bom desempenho nos estudos.
Seja Consistente: A consistência é chave. Estude um pouco todos os dias, em vez de tentar absorver muita informação de uma só vez.
Mantenha-se Motivado: Lembre-se dos seus objetivos e das razões pelas quais você está se esforçando. Manter a motivação é fundamental para superar os desafios ao longo do caminho.
Começar é o passo mais importante. Com dedicação e organização, o progresso nos estudos se tornará visível e motivador. Bons estudos. Contem sempre comigo.

Professor Fabrício Dutra Professor de língua portuguesa há nove anos, formado pela UFRJ. Nasci no Rio de Janeiro, mudei-me para Brasília em 2012, e foi a cidade onde minha carreira começou de verdade. Ministrei aulas de Língua Portuguesa principais cursos preparatórios da capital dos concursos e já ajudei milhares de alunos a conseguirem algo que eles, de certa forma, perderamm impossível: aprender Gramática da Língua Portuguesa e fazer uma em condições reais de passar.