A língua portuguesa é um dos pilares fundamentais para quem busca aprovação em concursos públicos no Brasil. Entre os temas recorrentes, transitividade (predicação) verbal e regência verbal se destacam por serem fundamentais na análise sintática e na interpretação textual. Neste artigo, vamos explorar detalhadamente esses conceitos, trazendo exemplos práticos e dicas para que você domine o assunto de uma vez por todas.
O que é predicação Verbal?
A transitividade verbal está relacionada à capacidade de um verbo estabelecer relação com complementos na frase. De forma simples, a transitividade é o que define se um verbo precisa ou não de um complemento para ter seu sentido completo.
Exemplo:
- Ele joga futebol.
O verbo “joga” exige um complemento (futebol), portanto, é transitivo direto. - Ele joga na França.
Aqui, o verbo “joga” não exige complemento direto; sua ação não transita. É, portanto, um verbo intransitivo.
Classificação dos Verbos Quanto à Transitividade verbal
Os verbos podem ser classificados em:
- Transitivos Diretos: Necessitam de um complemento direto, sem o uso de preposição.
Exemplo: Os alunos esperavam os resultados. - Transitivos Indiretos: Exigem complemento indireto introduzido por preposição.
Exemplo: Os alunos esperavam por resultados. - Verbos Transitivos Direto e Indireto (VTD/I): Precisam de dois complementos: um direto e outro indireto.
Exemplo: Ele informou o resultado aos alunos. - Verbos Intransitivos: Não precisam de complementos.
Exemplo: Os alunos esperavam em casa.
A Relação Entre Transitividade e Regência Verbal
A regência verbal está diretamente relacionada à transitividade, pois determina como o verbo se relaciona com seus complementos. Saber identificar se um verbo exige preposição e qual preposição ele exige é essencial para uma análise correta.
Dica: Sempre analise o contexto da frase. Um mesmo verbo pode ser transitivo ou intransitivo dependendo do uso.
Exemplo Prático: O Verbo “Ler”
- Ele leu o livro. (Verbo transitivo direto)
Aqui, temos um objeto direto que completa o sentido do verbo. - Ele leu rapidamente. (Verbo intransitivo)
Nesta frase, o verbo “leu” não precisa de complemento; “rapidamente” é um adjunto adverbial de modo.
Contexto: A Chave para Entender a Transitividade
Uma das maiores armadilhas em questões de concurso público é analisar o verbo isoladamente. Isso pode levar a erros, já que a transitividade só pode ser determinada dentro de um contexto.
Exemplo do Verbo “Comer”:
- Ele comeu a feijoada.
Quem come, come algo. Verbo transitivo direto. - Ele comeu desesperadamente.
Aqui, o verbo não apresenta complemento. O verbo ‘comer’ não apresenta um alvo. É intransitivo.
Frase Marcante: “Não existe análise sem contexto.”
Guarde essa frase! Toda análise sintática deve considerar o contexto da frase.
Diferença Entre Complementos e Termos Acessórios
Na análise sintática, é fundamental saber distinguir os complementos verbais (objetos diretos e indiretos) dos termos acessórios (adjuntos adverbiais e adjuntos adnominais).
- Objeto Direto: Complementa verbos transitivos diretos.
Exemplo: Os alunos esperavam os resultados. - Objeto Indireto: Complementa verbos transitivos indiretos, obrigatoriamente precedido por preposição.
Exemplo: Os alunos esperavam por resultados. - Adjunto Adverbial: Termo acessório que indica circunstâncias como lugar, tempo, modo, entre outras. Além disso, não sofre a ação do verbo, e, quando houver preposição, ela terá valor semântico.
Exemplo: Os alunos esperavam em casa. (Adjunto adverbial de lugar)
Exercícios de Fixação
- Classifique a transitividade dos verbos nas frases abaixo:
- Ele joga basquete.
- Ele joga na França.
- Os alunos esperavam pacientemente.
- Os alunos esperavam pelo professor.
- Identifique os objetos diretos, indiretos e os adjuntos adverbiais nas frases acima.
Conclusão
Dominar conceitos como transitividade verbal e regência verbal é essencial não apenas para concursos públicos, mas também para o entendimento pleno da gramática da língua portuguesa. Lembre-se de sempre contextualizar a análise, reconhecendo que a função do verbo e de seus complementos pode variar de acordo com a frase.

Professor Fabrício Dutra Professor de língua portuguesa há nove anos, formado pela UFRJ. Nasci no Rio de Janeiro, mudei-me para Brasília em 2012, e foi a cidade onde minha carreira começou de verdade. Ministrei aulas de Língua Portuguesa principais cursos preparatórios da capital dos concursos e já ajudei milhares de alunos a conseguirem algo que eles, de certa forma, perderamm impossível: aprender Gramática da Língua Portuguesa e fazer uma em condições reais de passar.